Tuesday, December 11, 2007

Entre o céu e a terra

Tem dias em que sinto como se minha vida estivesse em moto contínuo e eu, mal e porcamente, tentando manter o ritmo com ela. Negócio é que, realmente, eu estou é cansada de tentar correr atrás. E o cansaço físico está visível nas minhas olheiras, certa lentidão e fala relativamente mansa. O físico está caindo pelas tabelas, ainda bem que só o físico.

E por falar no tal cansaço, somente na semana passada houve duas baixas no trabalho por conta do burn out. Pessoas que estão estressadas e ansiosas, sobretudo por causa da reorganização. O mais estranho, e como conversado com outros colegas por aqui, é que as pessoas que saem com o tal do burn out são aquelas que menos esperamos: aparentam sempre calma, tranquilidade, não reclamam de nada.

Já falei anteriormente que esse tal de burn out é privilégio de países da Europa. Nem nos estados americanos ouvi falar de coisa parecida. Digo que é privilégio porque a pessoa pode se dar ao luxo de sair em licença médica sem ser julgada (o que acho extremamente correto e razoável) para que possa aprender a relativizar e a lidar com o próprio stress. No Brasil, no lugar onde eu trabalhava, havia daquelas histórias que não eram da carochinha, apesar de soarem como tais, de que fulano de tal teve um piripaque na mesa da tesouraria, piripaque diagnosticado como ataque cardíaco. Melhor a licença médica anteriormente, obóvio meu caro Watson.

No entanto, o tal do burn out não deixa de me levar a questionar o lado profissional. Lidar com stress é uma necessidade de todos nós. No mais, todos nós aqui também estamos na mesma reorganização, passando pelo mesmo processo. Enquanto profissionais, temos que enfrentar esse clima instaurado de inseguraça. E, talvez, por ser latina, a tal da insegurança não estremece demais minhas bases. E, não me impede de levantar a incógnita: e se esse tal do burn out tiver efeito dominó, feito epidemia? Vai sobrar quem pra segurar o tranco?

E não, não há que se preocupar. Eu não chego no tal burn out. Tenho muitas válvulas de escape de stress. Aliás, válvulas de escape é o que não me falta. A única coisa é que o motor aqui anda precisado de uma retífica...

1 comment:

Maria Fabriani said...

Aqui também tem burn out, chama-se utbrändhet e é a mesmíssima coisa. Os caladinhos se däo mal. Os que têm boca vão a Roma, and have a blast. Que bom que vocë está de volta. Beijoca.