Thursday, January 11, 2007

Vidas Reais

Não foi ainda dessa vez que me tornei uma milionária. Joguei na megasena desde o Natal e nada. Incrível como é fácil fazer planos com um dinheiro que não foi ganho. A realidade é que não vou viajar de primeira classe de volta à casa.

Ontem, asssistindo ao Jornal Nacional, vi a sub-realidade retratada. Crimes, enchentes, desastres. Muitas vezes parece que vivo em uma bolha prestes a implodir.

E realidade dura também é a da África. Fomos assistir a Diamante de SAngue (Blood Diamond), que traz um Di Caprio com cara de homem finalmente saído da adolescência - só por isso vale metade do ingresso. Achei que o filme andou muito bem, mas lá pelo final vem aquelas coisas que forçam a amizade e ficam difíceis de engolir. Fiquei amargurada à saída, não pelo em filme em si, mas por lembrar-me da sub-sub-realidade em que vivem meninos e meninas naquele continente. Lá pelo meio do filme, subiu-me uma angústia, agonia, e fiquei ali agarrada ao meu respectivo como se ele pudesse me salvar da dura vida alheia. Eu lhe dizia ao pé do ouvido: é pra isso que eu trabalho. Minha auto-comiseração, como se fosse algo minimamente importante, como se pudesse fazer-me sentir um pouco melhor. Não tive sucesso. Ah, e o DiCaprio está sim muito bem no filme. Esse menino é bom ator, e agora que superou aquela cara lavada de eterno meninão promete ficar ainda melhor. Ainda não assisti a Os infiltrados, mas está na lista.

Vi meus queridos amigos, ou parte deles. Matamos muitas saudades. Gostaria de poder dispender mais tempo trocando figurinhas, mas foi o que deu, o que já foi mais do que o ano passado. Eu disse aos quatro mosqueteiros (quatro amigos meus chegadíssimos) que sou mais feliz que eles, já que eu me casei com homem. Mulher tem horas que é um bicho muito chato, cheio de nhém-nhém-nhém. Eu não vi a mulher de um deles, porque ela está grávida e cheia desses não-me-toques. Ficou recolhida em casa todas as vezes em que nos encontramos, cada hora uma coisa, ligando a cada cinco minutos pra saber a que horas o marido iria embora. Eu no lugar dele já a teria devidamente enquadrado, mas vai ver que é por isso mesmo que eu não sou ele e muito menos casado com ela. :o) Rimos, nos divertimos, e dentro em pouco tem mais. Assim esperamos.

Ficaram todos impressionados como sou saltitante aqui no meu estado. Ficaram ainda mais impressionados com a minha fervorosa defesa pelo parto normal. Cada qual contou uma história de parto que terminou em cesárea, de conhecidos, amigos e afins com as devidas desculpas. Eu não entendo como o pessoal cai na conversa médica, mas aí penso novamente e concluo que eu no lugar de qualquer um deles não discordaria do médico nem em pensamento na hora H. Aqui no Brasil é um espanto ficar 9 horas em trabalho de parto, justificativa essa para passar a faca e sumarizar o processo. Uma pena é esse poder médico sobre suas pacientes, sem nenhuma dose de responsabilidade pelos absurdos que falam na justificativa de fazer uma cesárea. Parto normal é um barato, e hoje em dia só sente dor quem quer, lembro a todos.

Meu final aqui se aproxima. A cada dia que passa, um a menos, a minha vida real que se aproxima, que dá sinais de volta. Estar de férias é viver temporariamente em uma realidade fantástica e fácil. Voltarei pra casa, pro trabalho, pras obrigações domésticas, pra vida real. Pra essa aqui, a fantástica, eu volto ainda dentro em pouco. E volto com gosto. Pra real eu volto também, com gosto por retomar o que é meu e conquistado. Mesmo que por vezes ela seja, frente a tantas outras, quase nada dura.

PS> Amiga, força aí pra vc, sempre. Nessa hora não há palavras que possam acalentar seu coração. SAiba que pode contar com meu carinho pra toda hora.

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