Friday, February 15, 2008

Da família anexa

Esse negócio de casar traz no pacote o lidar com a família anexa. Adicione o fato de que somos de culturas diferentes e ainda por cima que nos comunicamos em línguas que não são as maternas de nenhum de nós, e a salada está feita. Desde quando caí grávida que vivo de sobressaltos. Vale ressaltar que o senhorio é uma pessoa assim, meio muito difícil e complicada, e que ele não ajuda a desfazer o novelo. Outro dia, quando reclamava de sua progenitora, eu tentava por panos quentes. Ele tem horas em que exagera. Mas, dei-me conta de que os papéis ali estavam invertidos, afinal, sou eu em minha condição de nora que deveria ter a exclusividade de reclamar da sogra.

Vale dizer que eles são muito gente-finas, sim. São pessoas do bem, de bom caráter, pessoas boas. E eu gosto deles, sempre gostei muito. Em outras épocas até viajei sozinha com eles, ou saí pra fazer baladas nós três, enquanto senhorio ficava em casa acompanhando jogos de futebol. Mas, o decorrer do tempo mostra que nossas diferenças culturais são mal-interpretadas e nos colocam em situações indesejadas e incômodas.

Então que o irmão de senhorio vem pra cá, sob pretexto de vir celebrar meu aniversário (?!). Tipo assim, ah, aniversário, olha só, tô indo, mesmo sem ser convidado. Ficarei uma semana esquiando, e vcs ainda têm que me emprestar o carro pr'a gente poder ir até as estações, obviamente. Vamos comer, beber e dormir por aí, e não conte conosco para cozinhar. Mas estamos vindo pro seu aniversário, viu?. Detalhe, ninguém falou comigo. Eles falam com a sogra que transmite o recado.

E eu não estou a fim de reclamar. Eu só quero que a estadia do irmão de senhorio com a sua mudinha lá em casa passe a jato, sem que eu veja. Porque quer saber, eu não vou adicionar mais cãs à minha hortinha capilar simplesmente porque não estou podendo. E porque eu tenho um zilhão de outras coisas mais importantes acontecendo na minha vida e não tenho nem disposiçâo para adicionar mais uma. Já disse a senhorio, ele que lide e que se vire. Eu não vou nem me ajustar e nem rebolar. Eu vou ficar só de atriz coadjuvante nessa história, eu trabalho pra cacete, mais do que todo mundo junto (sem querer me vangloriar porque, by the way, quem se vangloria disso?), tenho família e casa pra cuidar e honestamente a última das minha preocupações será se meu cunhado e sua mudinha estão fazendo um bordel lá em casa ou não, se eles têm carro pra ir esquiar ou não, se eles têm o que comer ou não. Eu não sou mãe de marmanjo de mais de 30 e acho um absurdo que ele ainda seja tratado como um garoto adolescente mimado. Eu não farei conluio com essa proposta, porque sou abertamente contra. Então, senhorio que se estresse, se ajuste e que lide. E já avisei, se ele me estressar, eu boto todo mundo pra fora, ele incluso.

Ai, como é bom assumir esse meu lado prático. Fora que extravaza. E extravazar é preciso.

4 comments:

Dani said...

este é um daqueles momentos na vida em que é bom começar meditação transcendental. e vociferar uns mantras em situações de emergência. boa sorte! hhehehehhheehehehe. pelo menos desta vez, você vai estar dentro de casa.
beijocas, se me mandar email, hoje estou chez moi.

Ricardo Machado said...

1911 em .45, com munição Hydra-Shock hollow point +P

Um no alto, o segundo no chão. Se ainda não entender, dois no peito e um na cabeça...

Repetindo as palavras sábias do Zé do Cangaço, "eu só faço o furo, quem leva é Deus"

Maria Fabriani said...

hehehehe...

Ana Néca said...

Boa, cuide de si, dona Margot. E venha me visitar na casa laranja... to devendo fotos, eu sei.

Ja tive que lidar tanto com anexos... Inclusive com os que além de folgados, me ofendiam e eram sarcásticos. Valha-me. Saravá meu rei! Mangalô três vez!

Suerte, chiquita! Vc é bem maior que isso!

Besitos.
Ana