2008 que começa

Eu pensei que 2008 seria um ano de calmaria, visto que nos mudamos e o processo de construção da casa foi findo. Nada disso. 2008 já começou a todo vapor. Não vou entrar em detalhes porque realmente não é o meu estilo nem minha prosa de blog. O que me faz querer escrever é justamente essa aparente necessidade de estar correndo de um lugar ao outro, de querer sempre tomar mais, fazer mais quando as calmarias se anunciam.

Olho para a minha história e vejo que nesses 34 anos (quase 35) eu já fiz muita coisa. E não digo já fiz muita coisa por viagens, idas e vindas, mas projetos que tomam tempo e dedicação. E sei que muitas vezes eu mesma me frustro por conta de tanta coisa que tenho a fazer e pela impotência que sinto diante da vida, mas a verdade é que eu gosto de estar ocupada. Algo inerente à minha característica de querer sentir-me útil. Não sei de onde vem essa necessidade e creio que Freud seguramente explicaria. Assumo que gosto de me sentir útil, gosto de ter projetos, gosto da sensação de que a vida está passando e eu não estou somente assistindo ou passando com ela, mas tento fazer algo com cada espaço de tempo que tenho.

No entanto, toda essa minha necessidade, como d'antes apontado, revela algumas frustrações por vez ou outra. Uma delas é o fato de que, apesar de eu estar sempre disposta a estender uma mão a amigo ou família, a recíproca nem sempre é verdadeira. Isso, obviamente, detona somente o fato de que as pessoas são diferentes, nem todo mundo tem a necessidade de se sentir útil, assim como nem todo mundo tem disposição para espremer em cada pedacinho de tempo as necessidades dos outros, ou ainda que, nem sempre as outras pessoas têm esse direcionamento. E é óbvio que até eu tenho meus momentos de querer atenção, colo e carinho, ó-b-v-i-o, e quando não o tenho a contento, me frustro.

Tenho uma maneira também muito pessoal de me frustrar. Eu não pergunto nem jogo na cara, não peço porque não sei pedir, e somente me sinto mal por sentir-me não importante. Mas, o que aprendi nesses anos, é que quem mais pede é quem mais tem atenção, quem sempre necessita é que mais tem. As pessoas mais independentes, naturalmente, têm menos. E as independentes que não sabem pedir, têm menos ainda.

A verdade é que eu não sei resolver esse conflito de mim mesma. Falo disso agora porque sei que vou me frustrar em 2008. Por hora, todas essas coisas que se anunciaram já no início trazem-me somente satisfação. Tem muita conquista e ainda outras buscas por conquistas, mas o estado aqui é de animação, felicidade e contentamento. Lá na frente, quando eu estiver precisada de uma mão que levante o meu moral, sei que vou ter que me contentar com o que vier, porque eu não sei pedir e porque as pessoas são diferentes. Eu vou tentar, prometo, não me frustrar, porque sei que acima de tudo, não me frustrar depende só de mim. E agora eu vou curtir um pouco essa fase de êxtase pelo novo e pelos desafios.