Feijoada

Minha mãe chegou devidamente equipada com 1 kilo de feijão preto, meio quilo de carne seca e meio quilo de farinha. Então fizemos uma feijoada lá em casa. Na nossa feijoada não há objetos voadores identificados, tipo pé, rabo e orelha, e o remanescente dos ingredientes se acham improvisos. Para o paio, substitutos por todo canto, resta cozinhar os tais embutidos secos por horas pra ver se amaciam. A couve, à saída do supermercado, minha mãe vê uma senhora com uma coisa de grandes folhas e me envia em missão exploradora e perguntar do que se trata: blet. Sem cerimônia e sem perguntar, tão típico dela, arrancou um pedaço da folha da mulher e enviou à boca. Fingi surpresa e troquei olhares com a senhora que estava realmente surpresa - ao menos ela encontrou alguma simpatia das doidivanas. Resolvemos arriscar a tal da blet como substituta em campo.

Deu feiojada para um batalhão, e foi efetivamente um batalhão convocado para lá em casa: 13 adultos e mais 2 crianças para se juntarem a nós na missão de comer aquele monte de feijoada. Pois ora vejam, não sobrou feijoada pra contar como que ela mesma foi. Para não ser assim, totalmente desonesta, da feijoada sobrou um tiquinho que comemos no domingo como se fosse feijão com uma bistequinha de porco - porque carne de porco pouca é bobagem.

Ela foi um sucesso, e para muitos foi a primeira vez ao encontro da tal feijoada. Eu me sinto atualmente muito capacitada para fazer a feijoada eu mesma comigo sozinha. Vou sair em missão para arrumar carne seca desse lado do Atlântico, assim não ficaremos dependentes de cada ser humano que vem do Brasil para que se possa fazer um banquete bem brasileiro.

Eu adoro feijoada. Agora que tirei a licença e fiz as aulas práticas, vou tentar praticá-las mais do que uma vez a cada 2 anos.