Tanto de nada

Tenho tanto pra falar e nada pra dizer. Minha vida todo mundo sabe, mas muito poucos conhecem. Muito engraçado isso.

Essa semana tenho trocado figurinhas com uma super-amiga, que passa um momento um pouco complicado. Ela sempre me acessa quando a porca torce o rabo, o que eu gosto. Porque me dá o conforto de saber que ela pode contar comigo, ainda que estejamos em continentes diferentes - maravilhas desse mundo globalizado.

Ao mesmo tempo, deu uma melancolia por dar-me conta de que, hoje, se a coisa apertar pro meu lado, eu tenho umas 3 pessoas a quem eu confiaria minhas mazelas. Uma está longe (mas não tão longe) e talvez ela nem saiba que a incluo nesse balaio - ou, menina, talvez saibas. Outro é um confidente de longa data, e sei que se ligar, ele encontra tempo para me emprestar seus ouvidos. E outra pessoa está aqui próxima. E só.

Eu sempre fui pessoa de ter muitos amigos. Chaves para diferentes portas. Acho que eu usava um pool de aconselhamento, estilo advisory board. Cada um dentro de sua especialidade. Ainda que o problema fosse o mesmo, com cada um eu buscava uma solução para as várias partes da situação: eu, os outros, a diversão, chorar as pitangas, falar sobre sexo dos anjos, descontração, carinho. Cada um, em seu próprio papel, me ajudava a sair do lamacê.

E só me dei conta disso alguns anos atrás, quando me encontrei precisada de tudo aquilo ali em cima e só pude ter alguns poucos para encher poucos dos muitos vazios.

Sinto falta dos meus amigos. Muita saudade mesmo. A troca de emails com minha amiga parece que acendeu essa saudade latente. Porque a minha vontade era estar lá, perto dela, pra levá-la pra guerra, falar até o sol aparecer, e reviver nossa dupla que tinha o carinhoso apelido de Jeitosinha e Pasteleira - don't ask.

Se confundo saudade de uma época com saudade dos amigos? Pode ser, mas para mim, aquela época se congelou juntamente com os amigos, daquele jeito. E, sempre quando podemos e nos reecontramos, recomeçamos onde foi deixado. Ainda que existam gaps, buracos, a gente se vê e parece que foi ontem. E com o mesmo carinho.

E nomais, tô com saudade, pô, dá licença.