Casa
Ontem nòs fomos à nossa casa, onde as paredes estão finalmente feitas e, portanto, as portas também colocadas. Aliàs, achei super interessante ter visto as portas devidamente colocadas e o pedreiro construindo a parede em volta. Parece uma lògica lusitana, mas vendo a gente entende.

Passamos boa parte da tarde trocando idéia com o construtor sobre armàrios, teto, disposição logìstica nos banheiros, materiais de acabamento e afins. O construtor, quem nos vendeu a casa, era carpinteiro antes dessa vida empreendedora. Aqui na frança hà dois tipos de carpinteiro, o carpinteiro-engenheiro, que faz as grandes coisas - telhados, estruturas e afins, e o carpinteiro-decorador que faz as pequenas coisas - mòveis e etc. Ele é da primeira categoria e contou que vendeu o seu negòcio para se aventurar nessa vida de comprar terrenos e desenvolvê-los. Eu sò ontem percebi que ele não tem o mindinho da mão esquerda. Um dedeta bem discreto ele é.

Em outro dia ele jà havia me falado que eu tenho tino pra obra. Ontem ele praticamente quase me ofereceu um emprego, e eu praticamente quase aceitei. Adoraria passar de obra em obra, ver andamento, fazer projeto. Quem sabe, quando eu virar gazilhonària farei isso por hobby. Porque vocação eu sei que tenho. Vocação pra ser gazilhonària, obviamente.

Moral da història é que quanto mais tempo eu passo na obra, mais vontade eu tenho de me mudar, de estar na minha casa, de começar a cuidar dela. Ainda que ela esteja praticamente no osso, não fossem as duas crianças, eu acho que acamparia por là mesmo. Dizem que olho do dono é que engorda o gado, quem sabe assim a gente não se mudaria antes de novembro?

E aqui pulsa, pulsa, pulsa, uma vontade avassaladora de me mudar, de empacotar e desempacotar. Eu que andava execrando a chegada desse momento, de juntar tudo, de mudar as coisas, das bagunças, de organizar e arrumar. Agora conto os dias.

Ai que vontade.