Clichê de mim mesma
Ansiedade, dor de cabeça, uma certa melancolia. A data da partida se aproxima e vem trazendo toda essa rebordosa. Sei que volto e tudo entra nos eixos, mas passar por esse clima de antecipação é dose. Uma certa angústia também se instala agora, porque não sabemos quando poderemos voltar. Com a nossa mudança iminente - e sem data precisa - fica difícil planejar muito, tanto a logística quanto o financeiro. E essa falta de data de retorno, de futuro a vislumbrar, me agonia e judia.

Então, tenho minhas horas com um nó amarrado no peito, como se o estômago fizesse seu caminho em direção à minha garganta. Tem gente que diria que minha vida talvez não seja lá, mas somente quem vive assim, genuinamente dividida entre dois mundos como eu, pode saber o que passo. A vida segue lá, é verdade, mas parte da minha história também acontece aqui. Tenho amizades de uma vida toda, gente que é amigo desde que nasci, que cuida de mim como seu eu estivesse o ano inteiro aqui a acompanhar e a comparecer. Sou uma puta sortuda, mesmo. E ainda mesmo que óbvio, minha família também é muito especial, tirei a sorte grande de ter nascido cercada de gente assim. Minha família é meu porto seguro, pais, irmão, primos e agregados.

Só que agora eu tenho que deixar todas essas coisas boas para seguir tudo aquilo que coloquei em movimento mais de 6 anos atrás. Encontrar os meus amigos de lá, rir com eles e ter e dar carinho pra eles. Continuar a tocar a minha pequena família que surgiu em espaço tão curto de tempo.

Então, esses últimos dias têm sido assim. Eu penso nessas coisas o dia quase que inteiro, não chego a conclusão alguma e tento apaziguar esse friozão na barriga.

Xô sofrimento, xô sofrimento. Essa vidinha é mesmo muito besta.