Eureca
Ontem tive a brilhante idéia de tirar meus sapatos durante o dia. Ao final do mesmo, quem foi que disse que eu conseguia colocá-los de volta? Grávida incha mesmo no frio, essa foi minha descoberta.

ALiás, eu não tenho grandes reclamações sobre o meu estado. Tenho oscilações de humor terríveis, mas acho que isso em mim é uma constante. Claro, estou pesada agora, mas ninguém me disse que eu estaria dando passos de bailarina. Já não durmo bem, e não é por causa da barriga, mas uma certa ansiedade instaurada e as várias visitas noturnas ao toilette. Minha bexiga está sendo expropriada de seu próprio espaço, grande novidade. Durmo de costas numa boa, apesar de sentir que pesa um pouco no bumbum. Como de tudo um pouco e ultimamente, chocolate quase todo santo dia - MARAVILHA. Subir escadas virou exercício físico, carregando meu filho então, é exercício de forte intensidade. Aliás, carregar aquele pirulão pra cima e pra baixo ficou um pouco difícil, atividade que graciosamente empurro ao senhorio. Tenho tido câimbras, e a minha atividade matinal de espreguiçar-me está proibida - claro, quando me lembro. Tenho também uns ataques de calorões, uma amostra grátis, acho eu, do que um dia passarei com a menopausa. Coisa muito esquisita. E acho tudo normalíssimo.

Enumero todas essas facetas do meu estado porque escuto muito sobre o estranhametno e as reclamações, sobretudo via meus amigos homens grávidos. Claro, é um estado diferente, e por ser diferente talvez cause esse estranhamento. Já escutei dizer que tem gente que acha tudo muito longo, que o processo é doloroso, algumas chegam a deprimir-se e outras vêem coisas naturais como o bebê mexer-se, ou as constantes contrações ao final, como momentos sofríveis. Entendo que o desvario hormonal possa também influenciar essa percepção, por vezes eu mesma custo a entender o que anda rolando aqui. MAs, bastar esperar que os hormônios se acalmem e racionalizar um pouco todos esses eventos, e sobretudo, curtir mesmo essas coisas ditas estranhas. E lembrar-me de que isso tudo é natural, obviamente. Acho que assim fica mais fácil de aceitar e entender as mudanças do corpo, do estado de espírito e tudo que vem junto no pacote. Fora que mulher grávida tem tratamento especial onde quer que vá. E desse bônus eu uso até o osso.

Escutando as lamúrias de uns amigos, que são na verdade consequência das lamúrias das esposas prenhas, constatei-me como muito da sortuda por primeiro ser eu a engravidar, e segundo pelo fato de que eu me casei com homem. Se tivesse me casado com mulher, eu provavelmente não aguentaria a ladainha do estado cocoon. Verdade seja dita, mulher tem hora que abusa do direito de ser mala.

PS> E eu assisti à Ségolène sim na segunda-feira no programa J'ai une question a vous poser do canal TF1. Despues lo cuento.