Friday, February 06, 2009

Flex

Minha agenda já está com compromissos em maio. Maio, ora vejam. Acho que uma das maiores adaptações que o brasileiro sofre em terra estrangeira é o improviso: aqui não rola roda de pagode e nem sambinha sábado à tarde, improvisar é um verbo de pouco uso e muita, muita frustração para um coração tupiquim. Hoje, em almoço super verde-amarelo, eu e minha comparsa falamos de nossas contrapartes e suas necessidades de horários e agendas, e em como é difícil geri-los enquanto de férias no Brasil, porque na hora do almoço eles já querem saber a que horas vamos jantar. Preserve-me, querido, digo ao meu senhorio, o jantar a gente nem sabe se vai ter. Em Roma, como os romanos. Mas daí que durante o café após o almoço ele já está perguntando de novo a que horas será a janta.

E a verdade é essa, aqui se vc quiser organizar um jantar com os amigos, um let's get together, tem que ser com pré-aviso e carta recomendada, com direito a RSVP. Não existe o perguntar na sexta se neguinho está a fim de jantar junto. Happy hour por aqui é um troço sem jeito de happy hour. Minha relação com happy hour é quando estamos quase indo embora e um exu amigo seu te diz pra vc, na verdade, trocar a acadimia por falar besteira no bar da esquina. E vc vai. Isso é happy hour. Happy hour que tem que ser marcado na semana anterior é na verdade compromisso.

Confesso que sinto falta, sim, disso. Do ligar pra alguém no final de semana pra saber se estão disponíveis e se querem fazer algo. E o inverso também. Simplesmente não aparecer em algo que vc disse que ia é a praticamente xingar a mãe por aqui. Quantas vezes não dei perdido em baladas simplesmente porque queria ir pra casa e ficar comigo mesma? Aqui tem que haver uma desculpa apropriada conjunta a uma antecedência razoável. Caso contrário, o tratamento como pária e a sumária exclusão de qualquer futura balada é certa.

Ah, nem sei porque falo disso. Enfim, tenho que ir. Bon weekend a tout le monde.

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