Mom
Fomos buscá-la ontem. Seu vôo chegava às 9:10, ela vinha de Istambul, mas via Paris. Coisas de minha mãe. Como de hábito, chegamos no aeroporto às 9:15 e ela já estava sentadinha ali fora. Só acontece com ela, o vôo não atrasa, adianta, a mala não desaparece, aparece primeiro. Não sei porque essas coisas não se transmetem de mãe pra filha... (faço referência à minha grande falta de sorte - com aeroportos, viagens e malas em geral - da qual já discorri inúmeras vezes no passado).

Sempre que a encontro lembro-me do porquê eu ser assim, tão espevitada e cheia de fogo no rabo. Ela, de dedo mindinho quebrado, conta às gargalhadas que chegou de uma apresentação de dança, durante a qual ela enfatisou que só bebeu chá, e que vendo o elevador quase fechando, saiu em disparada para alcançá-lo. Mas, havia um tapete dobrado no caminho, e foi ali que ela tropeçou e espatifou-se no chão, quebrando o dedo mindinho. A mão inteira está roxa, tamanho foi o impacto. Eu perguntei-lhe se foi imediatamente ao hospital, ao que ela então explica que coisa nenhuma, que aquela tala ali no dedo dela foi feita por uns amigos, turistas como ela, que improvisaram com lixa de unha e esparadrapo. E não, ninguém era médico.

Senhorio fica me dizendo para levá-la ao hospital para checar a fratura e fazer uma imobilização correta, ao que ela retruca que nada, precisa não, tá ótima assim.

Hoje de manhã, o hooligan acordou às 5:30, minha mãe sai do quarto dela lá por umas 6 e pouco, quando estávamos todos já na cozinha, e pergunta:

- Minha nossa, mas aqui a alvorada é antes das 6?

Não foi por falta de aviso. :o)