Preguiça
Sempre que venho me encostar na casa dos meus pais, sobretudo depois de iniciada essa vida de mãe, minha estadia se resume a prostar, prostar e prostar mais um pouco. Entre saídas com amigos, corridinhas e brincadeiras com as crianças, encontro-me mais assiduamente com a bunda enfiada em algum sofá, um programa idiota na tevê, uma revista mais idiota na mão ou algo sendo deglutido. Uma beleza. Parece que sair daquele meu ritmo de vida frenético me entrega aos prazeres do ócio e da preguiça. Obviametne que todo o staff que meus pais tÊm ajuda e muito nessa vida sem propósito. Já falei antes que tenho a maior vocação pra ser milionária e entregar-me à vida de prazeres e falsos aborrecimentos. MAs talvez essa vá ficar para a próxima encarnação. Pena que eu não seja nem espírita e nem budista.
Sons
Outro dia ventou muito, mas muito mesmo por aqui. O dia estava um pouco fresco, mas lindo, um céu de um azul tão intenso que nem sei explicar. E a casa uivava. Sim, a casa aqui uiva. Lá fora, os coqueiros do jardim faziam música com suas folhas. E me dei conta de que isso é tão, mas tão parte de mim, que um recheio de memórias saiu sem pré-aviso. Então, juntamente com as grandes discussões desimportantes, os sons que marcam esse meu lado, por assim dizer, familiar, são esses.
A vida de nora
E eu já estou com urticária de pensar na minha volta. Não, não se trata daquela antecipação minha da qual falei alguns poucos posts atrás, mas sim de pensar na hipótese de ter que voltar pra casa pra dar de cara com o movimento dos sogros que têm teto mas insistem em atracar na sua casa. Ah, eu não contei? Pois então, ainda tem mais essa. Senhorio volta agora, nessa sexta. E antes de nossa partida eles já tinham vindo com aquela conversinha mole de querer ficar mais sob pretexto de ver as crianças. Caros convivas, eles estão por lá desde meados de junho, compreendem? E eu tinha dito a senhorio que não queria voltar pra minha casa para encontrá-la ocupada por itinerantes. Bem, senhorio ressoou um categórico não a eles, o que obviamente motivou um estresse familiar, porque, ora vejam, eles apelam. Bem, então que não satisfeitos com a saia-justa em que nos meteram, eles ainda insistiram em apertar mais o cós da tal da saia. Me ligaram no trabalho dois dias antes da partida com uma listinha de "to-dos" da minha parte (nessa lista constava a requisição do pagamento à faxineira, como d'antes já mencionado) e, como eles tÊm que realmente me encher o saco, terminaram a tal da lista com a solicitação de ficar mais uns dias, fato que já havia sido discutido como apontado. E o seguinte diálogo se reproduziu:
Sogro: Queremos ficar mais uns dias depois da sua volta, porque a sogra quer ver as crianças.
Eu, tentando sair de esgueio: Ah, mas esse assunto já foi discutido com senhorio, não foi?
Sogro: Não.
Eu, pensando no nariz de pinóquio do sogro crescendo e na cara de pau cheia de cupim: Como assim não? Senhorio me contou que conversou sobre isso com vcs.
Sogro, na maior cara lavada do mundo: Comigo não.
Eu, dando uma de mais idiota que ele: Ah, com vc não? Interessante, porque acho que vc estava lá também, mas então deve ter sido somente com a sogra.
Sogro, dando uma de pusilânime completo: Então, mas aparentemente é você o problema.
Eu, não acreditando na pachorra daquele homem, querendo trucidar aquela prótese de marido, e me fazendo completamente de rogada: Eu? Não, náo sou eu não. E como não sou eu, eu recomendo mesmo que vcs resolvam isso com senhorio.
Só não bati o telefone na cara e nem mandei pr'aquele lugar porque eu ainda tenho algum senso de diplomacia que resta em minhas veias. Desliguei e imediatamente liguei pra senhorio para tirar satisfações, e ainda, naquele meu estado transtornado, dizer a ele que lhe sobram três opções. Na verdade, restam A MIM três opções:
-Eu lido com essa gente no meu melhor estilo moça muito sincera que diz muitas verdades e que quando se espalha não se junta e o risco será que provavelmente os pais deles não colocarão mais os pés em minha casa pelos próximos 30 anos (garantido ou seu dinheiro de volta);
- Eu me divorcio dele, porque sinceramente eu não mereço esse tipo de interferência nessa minha vida já um tanto complicada, e assim me livro do incômodo todo em uma tacada só;
- OU ele lida com essa gente e me deixe fora disso.
Ele escolheu a terceira opção, e eu estou dando a terceira, pelo momento.
E senhorio volta pra nossa casa nessa semana pra encontrá-los lá, amotinados e confabulando estratagemas e chantagens emocionais com o objetivo de dissuadi-lo de sua decisão.
Dentro de 2 semanas eu conto o resto dessa novela mexicana. E, só pra constar, meus sogros são uns amores, mas nesse quesito eles são assim, os ogros do inferno. Aguardem as cenas dos próximos capítulos.
6 comments:
margot sincera, voce alegra o meu diaaaaaaa, morro de rir! embora tenha certeza mais do que absoluta de que nao deva ser nem um pouco engracado. eu se fosse voce levava um barril de oleo de peroba para eles de presente da terrinha. tao precisando.
beijosss
Não terceirize teus problemas para ninguem, se você realmente quer que eles sejam resolvidos....
Saudades,
R.
Adorei o "quando se espalha não se junta"Hahahah! Mas fala sério, ninguém merece casa cheia quando chega de viagem, te entendo perfeitamente. Tô aqui na torcida! Ah, e ficar de pernas pro ar no Brasil é tudo de bom mesmo. Bjs
Você tá por aqui, até quando? Te mandei um email, mas não sei se vc tá acessando o do trabalho.... mta saudade de vc, amiga!!!! bjs
Que divertido reler esses relatos tendo encontrado com você. Dá pra imaginar as caretas que você fez enquanto escrevia sobre os ilustres visitantes!! :)
Bom restinho de dias aqui. E muita "zenzice" na volta para casa!
Beijos mil!
Que barra pesada esse pessoal, hein? Cruz credo.
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