MAriage Tale

Sábado passado senhorio chegaria de viagem, e para que ele pudesse descansar do fuso, viagem e afins, havíamos programado de passar o dia, eu com a tropa, nas montanhas visitando uns amigos.

Então, sábado fui buscá-lo no aeroporto de manhãzinha. Lá por umas 10 ele foi se deitar, ainda atrapalhado com o fuso, mas o nosso pequeno hooligan insistia em ver seu papai! a cada 5 minutos. Eu tive então a brilhante idéia de trancar a porta. Avisei nossa au-pair para ajudar a me lembrar de abrir a porta antes de sair.

Lá pelas 11:30 partimos eu, mamãe, au-pair e os pequenos em direção à neve e ao (maior) frio.

Encontramos os amigos debaixo de muita neve, almoçamos, papeamos, brincamos com a criançada. Lá pelas 4 da tarde resolvemos tomar o caminho da roça e voltar pra casa. Quando estávamos no pedágio, uns 40 minutos de casa, tive uma epifânia: eu deixei meu digníssimo senhor marido trancado no quarto! Passado meu choque, fiquei imaginando que talvez ele tivesse dormido a tarde inteira. Ou que, se tivesse acordado há muito tempo, talvez ele tivesse tido a coragem de pular do balcão (coisa que provavelmente eu faria). Não conseguia conter o riso, enquanto minha mãe bradava que não iria sair de carro e que não queria nem voltar pra casa para não ter que topar com a fera - enjaulada.

Chegando em casa, subi correndo e destranquei a porta. Ele vem do balcão, com cara de não muitos amigos. Eu pedindo desculpas e perguntando a que horas ele havia acordado. Ah, ouvi vcs saindo e levantei. Então vc está acordado desde as 11:30? Sim, responde ele. E eu mil desculpas e coisa e tal. Me viro contendo o riso, porque não deixa de ser engraçado (para mim, logicamente).

Casar enriqueceu enormemente a quantidade das minhas histórias a contar. O que teria sido meu sábado normal e ordinário nas montanhas se não fosse por conta desse meu tal lapso de memória? Quem lê deve pensar que fiz intecionalmente, eu juro que não, óbvio que não. Mas não deixo de me perguntar por que nosso cérebro nos prega dessas peças.