Time to clean-up
A época é de limpar tudo, selecionar o que se leva pra nova casa, jogar muitas coisas fora e colocar outras pra reciclar. Esse processo tem sido uma constante para nós e a já antecipada mudança de temperatura nos permitiu empacotar muitas coisas estivais nossas e da prole. Quinta que vem a porta do subsolo será posta, e então poderemos começar a mudança. De vagarzinho.
Esse mode renovação, praticamente uma coisa de Reveillon, me contaminou por completo: meu escritório está sofrendo limpas, meu carro, e até mesmo as caixas de entrada dos meus emails. Aliás, como foi que eu criei tantos emails? Vou deletar alguns também.
Engraçado ver as caixas de entrada e coisas tão antigas, preocupações de outrora, conversas do passado e pessoas que ainda escrevem e outras que não mais escrevem. Não somente eu mudei, mas elas também, e algumas se mudaram por completo da minha vida. Praticamente não arquivo emails pessoais, esses emails ficaram ali na promessa de resposta e no esquecimento.
Dá uma sensação de estranheza olhar certos idos - uma estranheza antropológica, ou interessante, por assim dizer. A estranheza âdvém do não reconhecimento do que foi sentido, das razões ali expostas. Acho que essas memórias assim, tão bem documentadas, são típicas de nossa geração. Disparamos trocentos emails por dia, falando das mais variadas coisas. Eu que pensei que o blog reduziria a quantidade de reports diários - não. O email ainda sobra como o artifício para trocar o que é mais pessoal. E para mostrar como a pessoalidade muda e se transforma, no tempo, com o interlocutor, na fase. Até mesmo algumas catarses ali, escritos para liberar monstros, dúvidas, raivas, ensejos. E hoje, olhando pra trás, onde estão essas sensações eu não sei. Ficaram pelo caminho. Deu-me dó de deletar muitos emails e por isso alguns eu guardei porque o que está trocado é de valor, qualidade do argumento, da nota, da escrita. O resto, virou efetivamente resto e foi para a enorme lixeira virtual da web.
E, ainda bem, eu não tenho meus emails set up para guardar as enviadas. Não tenho registro de nada que escrevi, a não ser quando a vinda anexa a minha ida. Assim, fico sem ter que me (in)dispor comigo mesma.
1 comment:
Com todo respeito à senhora, que é mãe de família; e ainda, sem demérito algum em relação à idade: fico feliz em saber que essa sensação de aprendizagem segue com quem é mais velho(a) que eu e é assim, tão admirável.
Deixa um sorrisinho no canto da boca, desses bons, de alívio, sabe?
Nessa coisa das mensagens antigas, eu sou de guardar mais. Talvez seja coisa que com o juízo, venha.
Por falar em juízo: arranquei os 4 sisos ontem. Agora que viro desmiolada de vez...
Beijoca e até mais!
Post a Comment