Ségo vs. Sarko
Os candidatos dos dois partidos mais importantes da França foram definidos, e não poderiam ser mais diferentes. Ségolène Royal é a candidata do PS, partido de centro-esquerda, e foi enviada à missão da presidência em uma disputa acirrada no partido. Ela cresceu em popularidade nacional nos últimos anos principalmente, e sem entrar nos seus méritos pessoais e nem em suas qualificações, por ser uma figura extremamente carismática, de fala mansa, de discurso evasivo. SArkozy está do lado diametralmente oposto, o candidato do UMP, partido de centro-direita, é o atual Ministro do Interior do governo Chirac, tem discurso direto (até demais), é duro e não tem medo de muita coisa - característica bem comum em quem não tem porte muito avantajado como o dele.
ESsa eleições estão prometendo. Ségolène deu recentemente vária bolas foras, o que mostra de certa forma a sua ingenuidade e me faz perguntar se ela resistirá ao jogo político até o fim. Ela clamou pela soberania e liberdade do Quebec (hein?) o que gerou um semi-conflito internacional com o Canadá, suspendeu seu porta-voz (como se ele estivesse no primário) por ter dito de forma jocosa (meninos eu vi, no Le Grand Journal do Canal +) que o único defeito que ela tem é seu companheiro (o M. François Hollande, do mesmo partido e notório bananão), andou soltando neologismos que foram interpretados como faltas ao Francês, e até agora não fez uma proposta de governo e nem respondeu às questões cruciais diretamente: tudo pra ela será realizado através do debate aberto, o que me parece que deixará tudo no debate, bem aberto.
Enquanto isso, Nicolas Sarkozy viu seu percentual de preferência para o segundo turno pela primeira vez ultrapassar o da candidata. Ele fala duro, e muitas vezes o que não deve - os episódios dos banlieues franceses em 2006 foram, em parte, resultado de um comentário infeliz dele mesmo. Lançou o projeto da imigração escolhida (l'immigration choisie), o que anda lhe rendendo título de neo-na**sta. E é também visto como cordeirinho do Bush, sentimento repudiado enormemente pelos franceses sob quaisquer circunstâncias. No mais, várias conspirações, o fato de que seu casamento está só na fachada e seu temperamento explosivo fazem dele o principal alvo de charges e sátiras da política francesa. E é verdade, ele é mesmo caricatural.
Então, essas eleições prometem. O que me deixa aqui a pensar e refletir é que, entre um e outro, eu não sei em que caso La France estará menos pior. A que aparentemente não vai fazer nada ou o que vai passar feito rolo compressor? Bom, isso será aos franceses de escolher e confessadamente dou graças por não ser eu a ter que colocar meu voto na urna porque o páreo ali é realmente sofrível.
Política, uma maravilha em todo lugar, não? MEsmo por aqui, no país do iluminismo.
Final de semana
Mixed feelings sobre o que passou. Entre momentos de tranqüilidade e stress eu acho melhor mesmo deixar o assunto pra lá. Mas, vale dizer que o meu respectivo colocou o nariz vermelho e fez as vezes de chofer pro irmão e Edileuza, que resolveram esquiar a todo custo - e inclusive custando o final do semana do maridim. Ontem ele demorou uma hora e quarenta minutos para voltar da estação, e ficou o dia todo acabrunhado e num humorzinho que eu não merecia. Tudo bem, hoje volta-se à relativa santa paz, amém. Aguardemos os próximos episódios.
Enquanto isso
Figurinha menor de idade lá de casa começou a falar. Bem, mais ou menos. Mas ele anda sim repetindo mais palavras e soltando outras por si mesmo, não importa em qual língua. Uma coisa engraçada. Sei que toda mãe é coruja e babaca, eu assumo com diploma e tudo. O que torna toda essa experiência um pouco mais especial é que eu nem lá sabia muito se queria ter filhos (por diversas pirações que hoje parecem menos relevantes) e tudo aconteceu inconscientemente. Então, tive um misto de surpresa e enaltecimento com a coisa do ser mãe.
Minha vida profissional segue, esse embate existe e é constante, mas querendo e sem querer dramatizar nada, tudo nessa vida é conciliável. Em momento algum acho que sou menos mãe por ter que trabalhar. Cada um faz a escolha que melhor lhe convém, e a minha é essa. A minha vida é uma constante busca (que provavelmente nunca será atingida) pelo equilíbrio entre todos os tantos papéis que tenho que exercer. Não tenho mais a ingenuidade de achar que a vida é preto no branco, certa ou errada e nem que exista uma maneira de se fazer as coisas. As nuances estão todas aí, tudo muda, se altera, e se adapta, num constante movimento. E nós temos que seguir junto. Não tenho que justificar minhas decisões a ninguém mais do que eu mesma, e eu me sinto privilegiada por ter alguém ao meu lado que por vezes pode até pensar diferente, mas me deixa seguir em frente.
E confesso que acho realmente interessante os dogmas que certas pessoas criam sobre determinados assuntos, sobretudo o da maternidade. Acho que meu estado de nirvana nesse sentido já foi atingido, porque olho e só constato que em minha vida não tem dogma algum para ditar como e de que jeito as coisas devem ser feitas. É somente um constante questionar e escolher caminhos, e só. Deixo os dogmas para quem acredita neles.
1 comment:
Ai que fofo, ta falando! Eu tb assumo que sou totalmente boboca com as gracinhas da Julia, me da vontade de cutucar quem estiver ao lado e perguntar " Vc viu que bonitinho o que ela fez?" O repertorio aqui de casa em termos de vocabulario ainda esta escasso, so "mama", "papa", "dan dan" ( que e danke, o obrigado em alemao) e "au au" que vc pode imaginar ao que se refere e so. Nao vejo a hora de descobrir o que significa " cat cat cat" Ahahahahah! Bjcas!
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