Thursday, September 03, 2009

Deus, Murphy, coincidências e outras coisas

Dizem que a vida é uma questão de timing. E dai que vc conheceu aquele super cara legal que mora nos cafundó dos judas e por quem vc não está nem um pouco a fim de largar seu empreguinho legal? E daí que vc recebeu o convite pra fazer aquela entrevista para aquele emprego dos sonhos justamente quando estava fazendo trilha na Austrália? E daí que vc estava fazendo a viagem dos seus sonhos quando alguém próximo da família resolveu ir dessa pra uma melhor? Dizem por aí que se Deus realmente existe, ele deve ser um gradessíssimo humorista. A minha concepção física de Deus é justamente a cara do Seinfeld.

Eu e Murphy, aquele do tudo pode sempre piorar, temos uma relação harmoniosamente distante. Eu finjo que o ignoro e ele ignora que eu existo, numa dessa cadeias de sentimento que fazem perfeito senso na vida de uma pessoa que não acredita em causalidades, mas sim em casualidades.

E então que fica inevitável não reconhecer a cadeia de eventos que se sucede como num susto, de um momento ao outro tudo que parece estar relativamente distante se conecta, e como num efeito dominó afeta várias pessoas e faz vc se sentir, ainda que em etéreo momento, como se fosse o centro do universo. O centro do universo junto com Murphy, esteja claro.

Chega dessas teorizações, e vamos à explicitação dos fatos, por assim dizer.

Eu e meu colega nos consideramos, muito honestamente e sem modéstia alguma, o sistema respiratório da nossa área. Ele sai amanhã de férias, hoje recebemos a notícia de que a outra pessoa que está de férias e que deveria voltar na segunda teve que prolongar a ausência por conta de problemas pessoais. O chefe franziu o cenho, por nós, tanto faz como tanto fez, mas não precisa ser nenhum Oswald de Souza para entender que numa área de 8, uma baixa de 2 chega a ser razoável - e portanto a franzida. É pra isso que existe planejamento de férias, senhoras e senhores. Agora segurem essa idéia, or hold the thought.

Tenho uma mãe americana, e ela chega no domingo - não entrarei nos pormenores da natureza dessa relação, mas esclareço que meu pai nunca foi bígamo nem divorciado e que tampouco sou eu uma aberração da genética. Vamos na quarta pra Amsterdam, a capital mundial da liberdade estatizada. Temos show marcado na quarta mesmo, e os sogros vão juntos. Ligaremos essa à próxima idéia.

TEnho um amigo que vem pras Europas, fazer um tour de bike. Ele começaria de Lille e então seguiria pra Belgica e depois holanda. Haja visto o item acima, o convenci a fazer o contrário, começar pela Holanda, para que, assim, pudéssemos nos encontrar. Ele respondeu afirmativo, quarta é o rendez-vous.

Tem um mês exatamente que comecei a malhar decentemente, trazendo um certo equilíbrio na minha vida nessa minha busca pela forma (física). Ando correndo feito louca, nadando e pedalando quando posso, e me sentindo uma pessoa melhor por conta disso. Um mês de vida como andava querendo há já algum tempo.

E então ontem, ontem começou o efeito borboleta dessa minha vida insignificante quando decidi ir ao médico checar uma dor que me acompanhava há já algum tempo. De lá, fui enviada diretamente para uma clínica fazer exames e na sala mesmo o radiologista encontrou o que me aporrinhava, já pré anunciando o veredito: olha, esse aqui vai ter que resolvido na faca. Essa anunciação me pegou desavisada, eu, que o mais próximo que cheguei na vida de operação foi quando arranquei um dente, aquele do juízo, e olhe lá. Fiquei meio abilolada, mas por lá mesmo ele disse que o meu outro o médico, aquele que lida com as facas em geral, quebrou o ombro e está temporariamente fazendo retífica. SAí de lá menos aborrecida, mas vislumbrando o futuro que me aguardava.

Hoje de manhã o futuro resolveu vir me buscar. O substituto de meu médico avariado me ligou e marcou consulta pronto. Lá fui, mais exame e a consulta que se termina com o diálogo non-sense que tivemos, no qual eu dizia que semana que vem não dava pra operar, e ele responde, mas vc quer operar na semana que vem?, e eu reitero, não, semana que vem NÃO dá mesmo, e então ele diz, então estamos de acordo, porque é pra ontem.

pausa, respira

Então que amanhã eu vou ali tomar uma anestesia geral e já volto. Mil coisas na minha cabecinha, e se alguém tiver problemas em fazer todas aligações que eu fiz com os fatos, só dizer que qualquer coisa eu mando uma apresentação em power point com um fluxograma mais pra frente. (NOT!)

Estranhamente não deixo de pensar que nessa história toda, quem ficou mais próximo do Murphy foi meu chefe.

Vai entender.

5 comments:

Ma said...

Ah, querida, pois então Murphy passou por aqui também, que a próxima a entrar na faca sou eu. Porque é que depois de uma idade as coisas não se resolvem mais com um comprimidinho? Vai dar tudo certo! Tô aqui fazendo pensamento positivo. Bj

Dani said...

Caraaaaaaaaaaaaa! As TRÊS coisas do primeiro parágrafo aconteceram comigo. As três. Só que a minha trilha não era na Austrália e, sim, na Espanha. O emprego que larguei não era legal e não era fixo, mas era um emprego. Minha avó morreu quando estava mochilando na Europa - a viagem dos meus sonhos na época. O resto você sabe.
Incrível. Pensaste em mim quando fizeste o lead?

Beijocas!

Dani said...

Quanto ao resto do post (fiquei tão chocada com o lead que comentei de cara). Espero que tenha corrido tudo bem. Queria saber detalhes.
Murphy é um cara sacaninha, mesmo.
Beijocas

Maria Fabriani said...

Péraí, tanta coisa nesse post.. Cê vai se operar, queridoca? Que negócio é esse? Conta isso sireito aí e, principalmente, diz que está tudo bem!!!!!! Beijocas e boa sorte!!!!

Ma said...

Oi Gi, passando pra saber de você, já está em casa? Beijocas.