Ortografia jurássica
Eu não falei da revisão ortográfica até hoje, e como se pode perceber, continuo a escrever acentuando paroxítonas terminadas em ditongo crescente e metendo crases onde devo. Analisando a coisa toda muito friamente, acho que seria aceitável dizer que sou uma dinossaura, que o movimento da humanidade traz as mudanças, e eu fico parada no tempo. Tudo bem, apesar de ser relativamente antenada nas últimas do mundinho tecno-pop eu confessadamente não gosto de jogar video game, não tenho ipod (mas acho que lentamente me convenço da idéia) e ainda não me liguei no tal do Twitter. E eu não ligo. É verdade que o uso da língua vem como norma imposta, bem ao estilo de legislação penal. Mas eu já prestei vestibular e não tenho que provar meus recursos gramaticais ou lingüísticos a quem quer que seja. Imagine, eu, aos 36 anos, ter que fazer revisão de regras da língua portuguesa diante de trabalho, casa, filhos, sogros, chefes e o raio que o parta a minha frente. Hum... I don't think so. O que quero dizer é que eu não tenho nada contra a revisão ou evolução da língua portuguesa. Eu simplesmente não tenho disposição e nem vontade de perder nem um fio de cabelo com o assunto. E esse parágrafo já foi além da tal disposição.
Sim, minha vida continua naquele emaranhado de longas horas no trabalho, muitas coisas pra fazer, casa que não termina, crianças, marido, au-pair, viagens e no meio disso tudo, as coisas que quebram vêm adicionar aquele movimento completamente desnecessário. Pois então que a tinta do teto do térreo deu umas bolhas, e lá fui eu ligar pro nosso construtor, que veio constatar o problema e que agora tem que mandar o pintor. O negócio é que basta vc descobrir um nadinha de nada que vira uma cadeia em movimento de coisas a serem geridas. Pois a bolhinha do teto virou uma sucessão de eventos. E por isso, ultimamente, eu não quero descobrir nada de novo. Quero somente o prazer de alguma tranqüilidade com minha vida no maior marasmo. MAs acho que isso seja demais a pedir.
Esse final de semana não sei o que será. SEmana que vem no trabalho tenho dois dias entregues a um projeto e só de pensar no estado da caixa de entrada do email já me dá agonia. Mas, vam'bora. Pra frente é que se anda.
1 comment:
A net revolucionou a comunicação, isto é certo. As regras ortográficas estão num movimento contrário ou não a esta revolução? Se por um lado, estabelecer a escrita correta evita que no futuro as pessoas não se compreendam ao escrever, por outro, é incontestável que uma segunda forma escrita surge na comunicação via Web. Mas pode ficar tranquila, em alguns anos não usará mais o trema como acento nem a trama do assento.
Quanto ao trabajo, todo latino trabaja demais, sofre demais com o trabajo, instrumento de tortura. As reclamações sobre este assunto te aproximam de seu país natal! Beijitos
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