Tuesday, June 02, 2009

Meu vizinho, o malvado
Um dos 4 vizinhos que tenho é uma íngua. Ele é casado, tem uma filha de uns 8, 9 anos, e o caráter é digno de vilão de histórias infantis. Nossas intempéries começaram há já mais de ano. E, como qualquer plano maquiavélico de vilões de historinhas, ele deve ficar traquinando maneiras de deixar o parco relacionamento (in)existente a cada dia, cada vez pior. Contamos ainda com o episódio das pedras jogadas em seu jardim por um adolescente que mora num predinho em frente à nossa casa, e que culminou n'ele aparecendo por sobre o muro para gritar com senhorio, pensando que era meu hooligan quem jogava dejetos em seu precioso gramado. SEnhorio, que nunca foi dado a vizinhos em geral, respondeu-lhe com impropérios. Depois disso, não ouvimos mais palavra.

Até a semana passada. Meu filho, como qualquer criança de sua idade, gosta de jogar bola. E as bolas, ora veja, vão parar na casa dos vizinhos. Esse, a bruxa má do Leste, deu para acumlar-se com bolas ultimamente. Outro dia, a bola foi parar em cima do arbusto de sua casa. Peguei uma escada para pegá-la, ao que então topo com o focinho do dito cujo Gargamel. Pedi desculpas por incomodar mas eu só queria pegar a bola que estava em cima do arbusto. E assim, desprevinida, recebi um monte de comentários sobre minha necessidade de comprar um terreno que abrigue um campo de futebol, que eu deveria morar em Cologny (tipo o Jardim Europa daqui) e que ele veria quando e se devolveria as bolas. Ou não. OU quem sabe. Ao que então, terminei esse diálogo prosaico com um "faça o que melhor lhe convier, espero que o faça mais feliz". Sim, porque se roubar bolas de crianças o fará mais feliz, faço votos de eterna felicidade.

A verdade, que resta nunca dita, é que Count Olaf queria ter comprado o terreno onde construímos nossa casa. O dele não é muito grande, e naquela conversa por cima do arbusto, fez menção algumas vezes justamente a esse fato. E Cruella cria um pavão. Um pavão. Vai ver que tudo que queria era criar uns 10 para poder ter todas as penas pra desfilar na avenida - tanta frustração pode ter origem de conflito de personalidade ou mesmo sexual.

Resta-me o dó. Porque não dá pra ter raiva de gente assim, tão vil, tão mesquinho e tão infeliz. Vão as bolas, e um dia, olharemos por cima do muro e o pavão estará afogado em bolas. Seu pequeno jardim será um mar de bolas. Ele estará clamando por perdão por debaixo das bolas. ASsim, bem típico de história infantil, é assim que vejo seu final: só, com o pavão posto e as 379.265 bolas.

1 comment:

Dani said...

nossa. aqui também há uma criatura assim. chama a polícia por qualquer coisa e ofende as pessoas ao mínimo desentendimento. intitulou o cãozinho - que conheço, uma graça, brincalhão sem ser espalhafatoso - dos vizinhos sulafricanos de "satã". e outros vizinhos, pessoas supersimpáticas, de outras coisas mais ofensivas. ficou proibido de se aproximar desta família - restraining order. veja o nível. você é boa, porque tem dó. eu não, acho que deveria ou sumir da face da terra ou ir morar numa vizinhança com gente pior do que ele. e olha, eu jogava um salzinho grosso nos cantos do seu jardim.
beijocas!