Tuesday, December 02, 2014

Life of twos

There are two kids sleeping, two dogs snoring and two guards outside.  There are now two episodes of CSI, one after the other. In two different rooms upstairs, two TVs with two controls each.  There are two house staff sleeping in the quarters, and another two who come only during the day.  There are two cars parked outside, very similar in size, engine and type, different in colors.  There are two white chickens and two black chickens.  One of them has had two baby chickens.

When I need to go home, I have to take two airplanes  - no matter the route I choose, from South Africa, to Dubai, to the Netherlands.  If I have to go to Geneva, again, two flights to go and another two to get back.

I am not sure this life filled of pairs is a sign of the cosmos or whether I am just looking for patterns I wish to see.  And so it is the same with life.

The past weeks have been filled with sorrow, too much death around reminding me that we are here on a ticket with an expiry date.  The choice of living far from loved ones is more hurtful when one remembers that any given day one of them may be gone.  For the past two weeks - and here another two - I have been living with the constant fear of receiving a night call that will make my heart race and my life fill with sadness.  As much as I try to remember that the life choices I made many years ago have been the right ones, I can't stop wondering about the life that could have been had I taken a different road .  I suppose this is the thought pattern of those who venture around regrets and doubts.  Whilst death has been a theme of the past two weeks, I realize my judgement is likely clouded by fear.  And I must acknowledge that had I chosen to stay, I would have probably been much too crossed at myself. 

Unfortunately, life is not a perfect decipherable mathematical equation, not like doubles or pairs.  The pairs I see are the constants I chose to look at amidst the chaos, the logic which brings some sense of normality. It is fake, yet beautiful, odd, yet even.  And it is my choice and my view of the world. As much as my choices, the ones I made and those yet to come.


Saturday, March 05, 2011

Telegrama
Este blog parece que subiu no telhado.

Wednesday, November 03, 2010

Sobre o email

Por conta daquelas coisas administrativas típicas de lugares onde trabalho, simplesmente se esqueceram de comunicar a àrea de tecnologia e informação da renovação e troca do meu contrato. A primeira surpresa eu tive segunda-feira, às 6:30 da manhã, à porta do prédio. Passei o crachá e uma luzinha vermelha que acende, tipo do acesso negado que com 4 graus lá fora fica ainda mais legal. Ainda bem que sei de cor e salteado o ramal do cidadão que tem a pachorra de chegar antes de mim. Ele, prestativo, veio abrir a porta.

Achei, na minha desencanação, que não tinha feito a papelada para renovar o meu crachá, mas então quando tentei fazer meu login à rede e deu acesso expirado foi que tive assim, uma suspeita do que se desenrolava. E me diga, o que a pessoa faz às 6:30 da manhã sem computador? A pessoa vai organizar aqueles quilos de papéis e necessidades administrativas pendentes, tipo folhas do seguro saúde a serem preenchidas, documentos que precisavam encontrar suas pastas e dar uma limpadinha básica na mesa, depois da sétima mudança de escritório. Não contei? Mudei, de novo. Pois agora conto com uma sala de ministro, tão grande que é. Rola fazer uma partida de ping-pong lá dentro. Vejam bem, o espaço ainda será preenchido por outras possíveis pessoas, mas enquanto não é, brinco de ser magnânima.

Lá pelas 8, depois de vasculhar cada milímetro quadrado de papel, fui procurar algum funcionário da tecnologia para resolver a minha situação. Hora e meia sem computador, sem conexão, e eu já estava em crise de abstinência - já havia neuroticamente telefonado ao 5555 inúmeras vezes. Fui lá no oitavo em busca de alma viva que pudesse me ajudar. Fora o cara do telefone, ninguém dos computadores. A pessoa chegou quando eu descia, já desiludida. Explico o que entendo ser o ocorrido, ao que ele prontamente restabelece a conexão à rede, mas ora vejam, acesso ao meu email, não. Tem que preencher o papel XPTO, pegar meia dúzia de assinaturas, enviar pra Conchinchina e esperar. E pois é, passei 3 dias lendo email no blackberry, que convenhamos, sem poder ler anexos, é uma conexão ao email um tanto fajutinha. No mais, para alguém que datilografa como se estivesse recebendo uma entidade, aquelas teclinhas sob cuidados de meus dedões chegam a ser angustiantes. Fiquei estressada e estressei um monte de gente, pedindo para mandar arquivos, para baixar arquivos, para imprimir arquivos, e, obviamente, fiz umas visitinhas de cara amarrada ao setor de teconologia. Três dias. Hoje, tive uma epifânia e lembrei-me de que sou próxima do chefe daquela bagaça e, ao sair do seu andar, cruzei com o dito cujo no corredor. Resolveu dentro de 5 minutos a parada do email.

E dessas, eu tirei algumas lições: meu blackberry é um dublê fajutíssimo de email, eu sou totalmente viciada em email, e meu fornecedor é um cara que ajeita quando eu preciso.

Agora, caixa de emai limpa, tudo organizado, minha vida pode continuar.

Wednesday, October 20, 2010

Glamurama

Pois então que eu já vim aqui tentar falar de alguma coisa e nada. Do que exatamente vou falar? Quando resolvi escrever sobre a vinda dos meus pais, eles já tinham ido embora havia mais de duas semanas. Depois pensei em comentar sobre a minha vida glamour, mas então pensei novamente, e achei melhor economizar teclado. Não vou ao cinema, minha vida é uma rotina bem braba com esporádicos momentos de calma. Finais de semana passam que nem vi, e que bem importa pra onde fui, se nada é assim, tão relevante senão para que a mim mesma?

Ah, pensei também sobre a final temporada de Lost, a qual acabei de assistir - atualidade mandou beijos. E, sem nem querer adicionar nada a tudo que já foi dito sobre essa tão esperada última temporada, venho clamar que consegui ficar esse tempo todo sem saber nada do final da história - praticamente um êxito pessoal.

Para não dizer que não falei de flores, o frio chegou legal. As montanhas já estão cobertas de neve. Vez ou outra me dou conta da beleza do lugar em que vivo. Não é uma cidade cheia de beleza, mas uma região em que a vista alcança lá longe, e que dá um espetáculo quando o céu limpa e o sol aparece em final de tarde, com lago, montanhas e verde, nessa época de festival de tons de ocre, amarelo e laranja. Desbunde. Minha vida não é glamour, é vero, mas essa paisagem nasceu pra ser estrela.

E falando disso, estava hoje trocando idéia com o chefe no almoço sobre ter um lugar nas montanhas. Eu acho que nós nunca teremos, visto que não somos assim, dados demasiadamente aos esportes de inverno em geral, apesar de curtir um esqui em doses homeopáticas. Mas, quem sabe. Eu vivo me desdizendo, se o fizer mais uma vez, tá tudo igual.

Bem, e são 10 da noite e eu vou glamourosamente fazer naninha, porque amanhã eu levanto no meu horário básico de todo dia. Amém.

Monday, September 06, 2010

Sobre as últimas
A próxima semana será curta, daquelas com feriado totalmente benvindo diante de minhas lamúrias. Não tem sido fácil acordar às 5:30, e não tem sido fácil manter minhas corridas matinais, mas sigo. Por isso que dois dias assim, de final de semana prolongado, serão apreciados em estado de êxtase total de minha parte. Para completar esse mês que passa a jato, dois dias oficiais de férias no outro final de semana - vamos a Paris, à Disney, para alguns dias de "it's a small world after all" com a criançada e os avós.

Falando neles, chegaram por aqui no domingo. Depois de me falarem, e negarem veementemente que o fizeram, que a chegada seria por volta do almoço, lá fui eu pela segunda vez ao aeroporto, no mesmo dia, buscar os véinhos. Que aliás, negam também as próprias idades. Ô gente animada, a cada vez que os vejo me pergunto o que fizeram que continuam nessa animação toda. Os dois monstrinhos estão numa alegria só, meu Zé Mané até chorou na chegada frustrada e ficou na maior antecipação - e desconfiança - para a segunda espera. Adoraram vê-los, foi uma recepção tão fofa por parte dos baixinhos. Fico toda feliz só de lembrar da cena.

E a coisa da semana curta toma bem conta de mim. Estou até mais leve e menos cansada por esses dias, já sob efeito antecipado de feriado. Amanhã pretendo ir correr, se o tempo deixar. Aqui o verão já se intimidou por completo. Os dois chegaram de uma semaninha de Portugal onde tiveram muito calor, muito sol e encontraram aqui um tempinho meio fresco com ares de mudança. A chuva e o tempinho lazarento anunciam o outono já faz algumas semanas.

E no final de semana, vale mencionar, fomos jantar uma mariscada na casa da amiga portuga. No afã de ajudá-la na cozinha, com duas louças suas em uma mão e um saltinho básico nos pés, enganxei meu sapato no porta vinhos e fui com rótula de encontro ao chão. Vale dizer que meus ares de malabarista lhe salvaram a louça, mas espatifei meu joelho, que agora conta com aquele inchaço e tons de verde, púpura e verde. Não creio que vá comprometer a corrida, meu corpo se resilia de uma forma surpreendente - creio que seja a genética, ali em cima exemplificada, que me salva.

Assito agora no Canal Plus, à série Pacífico. Um veinho ronca ao lado, senhorio já foi dormir e Mama mia agüenta comigo, firme e forte, o sangue no tapete.

Monday, August 16, 2010

A grama do vizinho é sempre mais verdinha - mas nem sempre

Como muitos de vcs já sabem, a minha casa é meio que da mãe Joana, um entra-e-sai de gente num vai-e-vem sem fim. Tudo bem, eu gosto de gente, gosto de visitas - salvo aquelas um pouco mais folgadas e sem noção. E, diga-se de passagem, visita, para me incomodar precisa literalmente mudar minha mobília de lugar, fazer listinha do supermercado e me mandar fazer compras ou ignorar o preceito básico de qualquer visita: enquanto na casa dos outros você permance visita, vira dona da casa quando comprar e fizer registro em cartório.

Enfim, essa introdução básica é somente para ilustrar o meu caráter comunitário, de uma pessoa que tem no currículo muitas, mas muitas visitas. E as visitas nâo cessam de me surpreender. Vejam bem, eu nunca fui pra casa dos outros e abri a geladeira sem pedir, salvo na casa da vó, a quem eu avisava que iria pegar um refrigerante na geladeira. Até na casa dos meus pais, que são meus pais, eu limito as demandas: peço, quando cabe, às vezes estico um pouco os limites, mas são meus pais, e enquanto pais, o limite é amplo.

Bem tem uma criançada que vive vindo aqui em casa. São as crianças dos vizinhos. Eu já havia avisado a nossa santíssima au-pair (que se Deus ajudar, ficará conosco por um bom tempo) que há que se manter esse povo europeu em rédea curta. Enquanto por aí corre que a fama brasileira é justamente a do povo folgado, eu replico que povo folgado é esse povo europeu. Alguns deles acham extremamente natural vir na sua casa quando querem e quando lhes dá na telha, mudar seus móveis de lugar, fazer listinha pro supermercado e achar que estão em própria casa sem ter feito registro em cartório - e o exemplo é o mesmo de amigas e amigos que convivem com as famílias e vizinhos europeus. Bem, eu avisei nossa santíssima au pair. AS crianças da vizinhança são uns amores, vêm chegando na maior educação. E como nossa querida santa au-pair estava ainda em processo de exploração de terreno, foi traída por essa doçura - mesmo diante dos meus avisos - e resolveu partir para a investida ela mesma - o que é sempre válido, visto que é provado que um sempre aprende melhor tomando na cabeça.

Entre um abrindo a geladeira pra pegar suco, o outro falando pra ela fazer bolo, o outro desobedecendo instruções e carregando a molecada toda pro trampolim lá fora, o vai-e-vem da casa deles para cá, de cá pra lá, o tocar da campainha incessante, ao bel-prazer e sem consideração alguma sobre a rotina da casa e das crianças da casa, e ainda por cima dando bronca e ameaçando palmadas nos mesmos, ela se encheu com o saco, se espalhou toda e botou a criançada toda pra correr.

Agora ela já entendeu como é esse esquema europeu. Tudo muito regrado, em própria casa, obviamente - na dos outros, nem tanto. Eu juro que não entendo. Prefiro muito mais aquela cordialidade tupiniquim, onde há a aparente abertura juntamente ao respeito pelo espaço alheio. Esse negócio de aparente educação juntamente a avacalhação do espaço alheio, definitivamente, não é comigo.

Monday, August 09, 2010

I love my fan club

Senhorio, assistindo a um filme, me pergunta se aquela ali é a menina do "that 70's show", referindo-se à Mila. E eu, não, homem, essa é a mulher do Tom, a Kate.

Disse o CEO da BP, a empresa mais odiada da atualidade, que ele nunca teve problemas para dormir à noite. O povo caiu matando. A cronista da BBC, Lucy Calloway (or something like that) então fez apologia ao bom soninho que todos os grandes líderes devem ter - senão não teriam energia para serem CEOs. Ela ainda não conheceu meu chefe, que ontem não conseguia dormir e enchia minha caixa de mensagens - eu mesma parei às 11 porque precisava dormir para poder acordar cedo. Cada qual com seus problemas.

Depois de um dia como esse até me sinto aquela atriz que todo mundo reconhece mas ninguém sabe ao certo de onde. 6:30 no trabalho, 7:30 a primeira reunião até a última terminada às 17:00 - até almoço teve direito a pauta. Foi um dia e tanto, zero glamour, só resultado - sangue, suor e lágrimas foram anteriores à apoteose. Ninguém vê o que escorreu por detrás. E possivelmente não verão o que ainda está por vir. E, quem se importa, who gives a f***? Conquanto que ao que se proponha seja atendido, é o que vale quanto pesa.

Nem todo mundo é o que parece ser nem o que parece desgostar. Já foi-se o tempo em que eu achava que o mundo era preto no branco, minha vida é tão cheia de talvez, embora e nem sei que acho desnecessário explicar. Dias como o de hoje vêm corroborar. Para mim o interessante é ver que as loas vêm nesses dias. Nos outros, de noites não dormidas, jornadas de 15 horas e trabalho no final de semana ninguém veio fazer gentileza. E, de passagem, não eram esperadas. ASsim como já se foi o tempo em que me importava com os dardos enviados em minha direção, foi-se o tempo em que elogios me impressionaram. A velhice - dizem alguns maturidade - traz dessas boas: a gente nâo se sente mais chutado, e tampouco alavancado.

Em tempo, isso não quer dizer que meu espírito de porco não venha me ser útil: sou sarcástica por natureza, e se eu já não mais me levo a sério, quiçá os outros. Não posso deixar de rir da cafonice alheia, isso não posso. Então, obrigada pelas risadas.